O empate em 1 a 1 com a Costa Rica na estreia da Copa do Mundo feminina foi frustrante, mas seria o menor dos problemas da Espanha na competição. Derrotada por Brasil e Coreia do Sul nas rodadas seguintes, lanterna do Grupo E e eliminada da competição, a Roja foi rápida ao reconhecer o insucesso dentro de campo, mas sem deixar de expor os problemas que ajudam a explicar o desempenho abaixo do esperado. Sobrou, principalmente, para a federação e a comissão técnica espanholas.
Em comunicado, o elenco da seleção feminina espanhola lamentou a campanha sem vitórias e a eliminação precoce, admitindo que tinham capacidade para ter tido um desempenho melhor. Uma justificativa recorrente no futebol. O que chamou mesmo a atenção foi como rapidamente as mulheres apontaram os problemas estruturais que no mínimo as atrapalharam na competição. Diferentemente de certas seleções masculinas que levam anos para discutir publicamente o que se passou em seus fracassos colossais e só têm suas histórias divulgadas anos depois, por algum atleta que já não tem mais chances de retornar ao time.
“Depois de terminarmos nossa participação no Mundial, é momento de fazer um balanço e tirar as conclusões. Tanto individual quanto coletivamente, nós, as 23 jogadoras, fizemos uma autocrítica e sabemos que nosso rendimento poderia ter sido melhor. Essa geração tinha talento e compromisso para ter chegado muito mais longe.
Apesar disso, e uma vez assumida nossa responsabilidade, também queremos tornar público o sentimento do grupo, das 23. É evidente que a preparação para o Mundial não foi correta, os amistosos foram inexistentes, a adaptação, escassa, a análise dos adversários e a forma como nos preparamos para as partidas, insuficientes, e essa tem sido a dinâmica por muito tempo. Acreditamos que uma etapa acabou, e precisamos de uma mudança. Foi isso que transmitimos para o técnico e a comissão. Se perde-se a confiança e não é capaz de alcançar um grupo, é difícil alcançar os objetivos.
Faltam muito caminho para ser percorrido e portas para serem abertas. Este é um grande momento para nosso esporte, com muitos desafios e sonhos adiante, e é responsabilidade de todos traçar o caminho a ser seguido. Ver até aonde iremos e como faremos isso.”
Se falarmos em figuras individuais, o técnico Ignacio Quereda certamente é o maior alvo das críticas das jogadoras, afinal está no comando do time há incríveis 27 anos, e o pedido por mudança de comanda está implícito em todo o texto, que critica a continuidade da dinâmica falha de preparação. Entretanto, a demanda passa também por questões estruturais, tão frequentemente ofuscadas em detrimento de análises apenas técnicas.
Se tivéssemos mais exemplos como o das espanholas, muitas equipes com problemas antigos talvez já estivessem em seu caminho de redenção, sem a repetição de erros inerentes a seus trabalhos. Mas sabemos que é pedir demais em um universo tão dominado por discursos comedidos e decorados.
Fonte: http://trivela.uol.com.br/
Por: Leandro Stein
São Paulo – Brasil – 00:33
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Josy Galvão