Novos astros da Suíça têm ‘prazo de validade’

Foto: Getty

O xadrez da geopolítica do mundo pode acabar com o sopro de renovação e criatividade que a quase sempre retranqueira seleção suíça, adversária do Brasil em amistoso na quarta-feira, teve nos últimos anos.

E a raiz do problema está numa tragédia européia. Nos anos 90, com a então Iugoslávia se fragmentando em sangrentos conflitos, milhares de habitantes de Kosovo, uma das repúblicas que formavam o então da país e de origem albanesa, imigraram para a Suíça.

Seus filhos cresceram e alguns mostraram talento para o futebol. Três deles estão no time que pega o Brasil. Os meias Valon Behrami, do Napoli, e Granit Xhaka, do Borussia Monchengladbach, e ainda o craque do time, o também meia Shaqiri, estrela ascendente do Bayern de Munique, que não escondeu o orgulho da sua origem quando o time bávaro conquistou a última Champions League; comemorou exibindo bandeiras de Kosovo e da Albânia.

Depois de milhares de mortos, Kosovo se declarou independente da Sérvia em 2008. Países importantes, como Estados Unidos e Alemanha, reconheceram a nova nação, mas a Fifa e a Uefa não. Assim, parecia que Shaqiri e companhia estariam fadados a nunca jogaram pelo país onde nasceram, caso do jogador do Bayern, ou a terra de seus pais.

Mas isso pode mudar. A Fifa já abriu o caminho para que Kosovo possa ao menos fazer jogos amistosos. Uma carta assinada por dez jogadores, incluindo Shaqiri, foi enviada a Jospeh Blatter, o presidente da Fifa, pedindo que o país fosse reconhecido pela entidade e fosse liberado para jogar também competições oficiais.


Soldados kolsovares fazem buscas em meio aos destroços da guerra com a Sérvia no fim da década de 90
Soldados kolsovares fazem buscas em meio aos destroços da guerra com a Sérvia no fim da década de 90 – Getty

O movimento causa preocupação na mídia suíça, que teme perder seus jogadores mais talentosos. Um jornal popular cravou uma manchete na linha “o medo de Kosovo”, falando da possibilidade de Shaqiri, Behrami e Xhaka mudarem de camisa.

Os três dizem ter orgulho de jogar pela Suíça, apesar de Shaqiri e Xhaka terem negado a convocação para a Olimpíada de Londres com a alegação que preferiam se preparar de forma melhor para a temporada européia. Mas não escondem que podem mudar de endereço caso a Fifa reconheça Kosovo como um de seus membros.

“Meu pai e minha mãe são de Kosovo, e meu nome diz tudo, que eu não sou da Suíça, e sim de Kosovo”, disse Shaqiri. “Hoje não temos uma seleção de Kosovo. Jogo pela Suíça, mas quando  Kosovo jogar torneios da Fifa isso pode mudar”, completa.

“Sim, claro”, disse Xhaka quando questionado se poderia jogar por Kosovo.

Fonte: http://www.espn.com.br

São Paulo – Brasil – 23:36

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JGalvão

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