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Com 22 gols em 42 partidas pela seleção inglesa e participações em duas edições da Copa do Mundo da FIFA, o atacante Peter Crouch superou as próprias expectativas jogando pelo país, algo que ele acredita ter evoluído a partir da exposição conquistada na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA de 1999.
Ainda na primeira temporada pelo Tottenham, Crouch fez parte da seleção de Chris Ramsey que esteve no torneio disputado na Nigéria, onde debutou nos palcos internacionais. Mesmo não tendo sido favorável para a Inglaterra, que terminou a primeira fase em último lugar do grupo, a experiência haveria de ser notada por Crouch nos anos seguintes.
“Sou muito grato de ter estado lá, foi uma experiência ótima”, afirma o goleador com passagens por Liverpool e Portsmouth. “Gostei bastante de participar de uma grande competição como a Copa do Mundo, mesmo na categoria sub-20. Nunca tinha visto um ambiente como aquele, com os estádios lotados. Eu tinha 18 anos na época, e foi maravilhoso.”
O selecionado inglês estreou no país africano na cidade de Kano, no então novíssimo Estádio Sani Abacha, com 19 mil empolgados torcedores dando as graças na partida de abertura do Grupo D contra os Estados Unidos. O jogo terminou com a vitória dos americanos por 1 a 0, o que não impediu Crouch de sentir o calor da torcida no país anfitrião, numa jornada em um território ainda desconhecido para os jovens jogadores.
“Estávamos rumando ao desconhecido”, conta o centroavante. “Eu nunca havia estado na África, muito menos na Nigéria, e os torcedores eram insanos. Foi uma experiência incrível. Era possível perceber que estavam muito contentes por sediar a competição e que isso significava muito para eles. Nos estádios, a atmosfera era nervosa, mas era sensacional e muito bom estar participando de tudo aquilo. Tivemos um choque ao desembarcar e ver que havia pessoas nos recebendo… Acho que não tínhamos percebido a dimensão do evento até chegar lá. Mas todo mundo acabou levando a sério, e a competição provavelmente colocou muitos de nós em um bom caminho para o futuro.”
Para Crouch, o futuro reservaria passagens pelos Mundiais da Alemanha, em 2006, e da África do Sul, em 2010, jogando pela seleção principal. Por sinal, o atacante começaria a última edição do torneio em grande estilo, apesar da estranha partida inaugural contra Trinidad e Tobago. “Esperávamos uma vitória contra Trinidad e Tobago, mas já havíamos jogado mais de uma hora e nada de o gol sair, até que consegui marcar”, relembra Crouch. “Com certeza, a vitória foi um grande alívio. Contudo, quando reflito um pouco, vejo que ter marcado um gol em um Mundial representou, com certeza, um ponto alto na minha carreira.”
Crouch garante que ter vivenciado uma competição da FIFA antes da participação na Alemanha também foi um diferencial, graças à semelhança com a estreia internacional de sete anos antes. “Foi muito parecido com a Copa do Mundo Sub-20”, compara. “Sem dúvida tinha maior visibilidade, mas foi uma honrar participar dessas competições”, resume.
“Os Mundiais da Alemanha e da África do Sul foram dois torneios bem diferentes”, acrescenta Crouch. “Na Alemanha, tivemos azar e fomos desclassificados nos pênaltis por Portugal. Contudo, foram duas ótimas experiências e sou muito grato por ter participado. Ser empurrado por um país inteiro, vivenciar a atmosfera nos estádios e saber que os amigos e a família estão nos assistindo jogar é uma experiência sensacional, que considero como uma das melhores coisas que já vivenciei na vida.”
Bons conselhos
Tais recordações da Copa do Mundo da FIFA fazem parte de um currículo impressionante pela seleção inglesa. Com a camisa do English Team, Crouch contabilizou mais de um gol a cada dois jogos, o que faz dele o sétimo artilheiro de toda história do país, além de fazer parte do seleto grupo dos jogadores que marcaram mais de três gols em uma só partida pela Inglaterra. “Foi muito prazeroso balançar as redes e sou muito contente pela quantidade de gols que marquei pela Inglaterra”, diz o atacante. “Sempre que entrei em campo, nunca perdi a vontade. Marquei gols e aproveitei muito o tempo que joguei pelo meu país. Eventualmente, no fim da carreira, um jogador olha para trás e relembra os gols que fez e as experiências que teve. Quando eu fizer isso, me sentirei um privilegiado.”
A Inglaterra está pronta para disputar a primeira fase da Copa do Mundo Sub-20 da FIFA Turquia 2013 no Grupo E, junto com as seleções de Chile, Egito e Iraque. Para Crouch, os jovens jogadores devem aproveitar essa chance de jogar em palcos internacionais. “Pode ser a primeira competição deles, mas eu diria para irem e aproveitarem a oportunidade, pois foi isso que fiz”, explica. “Se você participar, não sabe se irá jogar outra competição internacional. Portanto, você quer deixar a sua marca, fazer o seu melhor e tentar dar valor à oportunidade. Obviamente, o mais importante são as partidas. Assim, esteja preparado, tenha certeza de que está pronto e aproveite.”
Mesmo que a participação em um torneio de base não garanta uma carreira no nível mais alto do esporte, vários dos jogadores que estiveram naquela seleção de 1999 — e alguns colegas de equipe de Crouch no Stoke — provam que essas competições podem ser a pedra fundamental de uma carreira em um grande clube e em gramados internacionais. “Alguns dos jogadores daquela seleção sub-20 acabaram jogando pela seleção principal e em alto nível, como Ashley Cole, Andy Johnson e Matt Etherington, com quem tenho conversado sobre isso desde que cheguei ao Stoke.”
No Stoke, além de Crouch e Etherington, também estavam Matthew Upson e o recém-aposentado Michael Owen, os quais também participaram do Mundial Sub-20 em 1997. “Jogar por um clube e por uma seleção são duas coisas complemente diferentes, mas acredito que jogar por uma seleção de base também ajude”, avalia Crouch. “Desses três jogadores, todos, menos Matty Etherington, que não teve muita sorte, acabaram jogando pela seleção principal. Não acho que seja nenhuma coincidência, pois é uma boa preparação para as competições profissionais.”
Fonte: http://pt.fifa.com
São Paulo – Brasil – 23:04
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JGalvão