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Quem ainda não tem certeza de que os alemães sabem festejar só precisa dar uma olhada nas fotos da Oktoberfest, em Munique, para mudar de ideia. Ao vencerem a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011, as jogadoras japonesas comprovaram que não devem nada às germânicas nesse quesito. Além do mais, quando uma nipônica encontra o próprio espaço no Campeonato Alemão e consegue subir de divisão com a sua equipe, não é nada difícil imaginar uma festa na comemoração. Foi assim com Mana Iwabuchi.
No começo do ano, a jogadora da seleção japonesa decidiu se aventurar nos campos europeus e assinou um contrato com o 1899 Hoffenheim. “A Alemanha tem uma seleção nacional muito forte e um campeonato com um altíssimo nível”, conta a atual campeã mundial em entrevista exclusiva. “Além disso, o futebol jogado aqui é diferente. Vim para cá para aprender esse estilo e crescer como jogadora. Outro motivo foi o Hoffenheim, que se esforçou bastante para me contratar.”
As lembranças do Mundial de 2011, disputado na Alemanha, e das Olimpíadas de 2012, em Londres, contribuíram para que a atacante decidisse sair do Japão. Foi durante essas duas competições que Iwabuchi percebeu que ainda faltava algo para chegar ao topo. Rapidamente, a japonesa constatou a grande disparidade com o futebol de seu país.
Alta velocidade e qualidade individual
“Para mim, a maior diferença é a velocidade”, pondera Iwabuchi. “Não só a velocidade dos passes e das jogadoras, mas também a rapidez com que os contra-ataques são armados. Na minha opinião, é bem mais rápido que no Japão. Além disso, me parece que o futebol japonês é mais centrado no jogo coletivo e na organização das equipes. Já na Alemanha, a qualidade individual das jogadoras influencia bem mais no jogo.”
Talvez tais diferenças sejam causadas pelo fato de que, na Ásia, o futebol feminino não tenha tanta repercussão e seja sempre influenciado pelos mesmos países. “Eu gostaria que as coisas ficassem um dia como na Europa, onde vários países jogam as eliminatórias, disputando partidas de ida e volta, mas precisamos nos esforçar para que a empolgação se espalhe do Japão para toda a Ásia”, admite a atleta de 20 anos, vencedora da Bola de Ouro adidas de melhor jogadora do Mundial Sub-17 de 2008, disputado na Nova Zelândia.
“Logo após o título mundial, o futebol feminino virou uma febre no Japão”, completa Iwabuchi. “Agora já se passaram dois anos, e, quando você compara com o que foi antes, não dá pra negar que a empolgação diminuiu um pouco. Gostaria que as pessoas ainda continuassem tão animadas como ficaram após o título”. A atleta também acredita que não mudou muito pessoalmente após o Mundial. “Existem muitas coisas que preciso aperfeiçoar. Por isso, estou treinando o máximo que posso para alcançar os meus objetivos.”
Continuidade e classificação
O próximo objetivo de Iwabuchi é, além de continuar na primeira divisão com o Hoffenheim, a classificação para a Copa do Mundo Feminina da FIFA Canadá 2015. Se na Europa as eliminatórias já começaram, na Ásia as vagas para o Mundial serão decididas no Campeonato Asiático Feminino, que será disputado em apenas em maio de 2014. “Para nos classificar para o Mundial do Canadá, precisamos vencer as eliminatórias asiáticas de qualquer jeito. Darei de tudo para contribuir ao máximo com a seleção. Mas, antes, vou me preparar da forma ideal para poder jogar regularmente pelo Japão.”
Com apenas 20 anos, Iwabuchi ainda está no começo a carreira. Mesmo assim, já é considerada uma das melhoras jogadoras do país. E, quem sabe, talvez a taça volte às mãos da atacante no dia 5 de julho de 2015 e a ajude a realizar outro sonho: a indicação para o prêmio de Jogadora do Ano da FIFA.
“Todas as atletas que vão para a eleição final da FIFA são jogadoras sensacionais. Infelizmente, não posso escolher, mas é claro que acredito, como japonesa, que as minhas colegas têm grandes chances. E, algum dia, também quero estar entre as candidatas!”
Fonte: http://pt.fifa.com
São Paulo – Brasil – 22:46
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Josy Galvão