O Campeonato Alemão teve uma pausa por conta do rigoroso inverno do país e só voltará a ser disputado no dia 20 de janeiro. Até lá, os clubes terão tempo para consertar erros, trabalhar bastante e recuperar alguns jogadores. Quem também terá tempo para pensar sobre seu futuro é o lateral-direito Philipp Lahm. Aos 33 anos, o capitão do Bayern de Munique confirmou ao GloboEsporte.com que pensa diariamente no seu futuro dentro e fora dos gramados, e mesmo com contrato até junho de 2018 pode antecipar sua aposentadoria do esporte.
Lahm é o capitão do Bayern de Munique (Foto: Getty Images)
Philipp Lahm separa muito bem o lado racional do emotivo ao tratar do seu futuro. Deixa claro que só vai continuar jogando se conseguir permanecer em alto nível dentro de campo, além de ter condições de liderar seus companheiros dando exemplo de postura e desempenho. Mas a partir do momento em que não conseguir mais pisar no gramado com a qualidade e intensidade que acha necessária para seguir como profissional, também não pensará duas vezes em conversar com os dirigentes para fechar com chave de ouro uma brilhante carreira. Além da Copa do Mundo de 2014 pela Alemanha, no clube bávaro ele conquistou oito vezes o Campeonato Alemão, sete vezes a Copa da Alemanha, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes da FIFA.
– Eu tento refletir com regularidade de forma crítica sobre o meu nível de desempenho. Ainda tenho 33 anos, jogando pelo Bayern de Munique e como capitão da equipe. Você tem que se questionar semana após semana. Estou apto o suficiente para seguir em alto nível? Ainda sou capaz de liderar a equipe, incentivar os outros através do meu próprio desempenho em campo? Eu tento encontrar uma resposta honesta, e quando eu sentir que meu tempo chegou vou discutir isso abertamente com os responsáveis pelo clube. Estou feliz por ter um relacionamento muito bom com nossos gestores, e somos francos sobre todas as coisas – disse Philipp Lahm.
GloboEsporte.com: Ao pensar em parar de jogar, você tem planos para o futuro? Você quer ser um treinador de futebol?
Philipp Lahm: Eu definitivamente não quero ser um treinador. Mas claro que o futebol é a minha maior experiência. Por isso, penso em como posso usar meus conhecimentos para um potencial trabalho no futuro. Eu tenho participação em várias empresas. E não são apenas investimentos, mas quero uma chance de ficar próximo do mundo dos negócios. Acho isso muito interessante e excitante.
Quando você olha para o passado, qual é o sentimento que fica sobre sua carreira como jogador? Você conseguiu todos os seus sonhos?
– Refletindo sobre minha carreira, há apenas uma coisa que faria o equilíbrio geral ser ainda maior. Se tivéssemos vencido a Liga dos Campeões duas vezes durante os anos em que o Bayern dominava a Europa… (Foram três finais entre 2010 e 2013, um título e dois vices). A esperança era ganhar a famosa final em casa (em 2012, contra o Chelsea). Foi um sonho que não se tornou realidade. Mas essa derrota amarga foi uma experiência muito importante. Além disso, eu tive uma carreira única e sou muito grato por isso.
O ponto alto da sua carreira foi a conquista da Copa do Mundo de 2014, no Brasil?
– Bom, esse foi definitivamente o ponto alto da minha carreira no futebol. Ganhar a Liga dos Campeões pelo meu clube foi incrível, mas terminar minha carreira na seleção alemã depois de dez anos vencendo o Mundial é difícil até para encontrar palavras. Foi um grande sucesso, e com muita sorte.
Depois da Copa de 2014 começou um processo de renovação da seleção alemã. Jogadores como você, Klose, Podolski e Schweinsteiger deixaram a equipe, mas há grandes promessas sendo trabalhadas e veio até uma medalha de prata no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Brasil. O que podemos esperar do futuro da Alemanha?
– A Alemanha é uma nação do futebol, assim como o Brasil também é. Ambas as nações poderiam ganhar o Mundial várias vezes. Portanto, há sempre a esperança de vencer novamente. Os clubes alemães, a liga alemã de futebol (Bundesliga), e a Federação Alemã fizeram muitas melhorias em estrutura nas últimas décadas. Cada clube profissional na Alemanha precisa garantir um sólido desenvolvimento da juventude, além de cumprir determinados critérios de qualidade que são analisados todos os anos. Além disso, o interesse pelo futebol é tão alto que é possível produzir talentos com frequência. A combinação de estrutura consolidada e jovens talentos me deixa otimista para que a seleção alemã possa repetir o sucesso de 2014 e ganhar a Copa do Mundo em um futuro próximo.
O Bayern chegou a ficar na segunda colocação no Alemão desta temporada, e avançou às oitavas da Champions League na segunda posição do Grupo D, atrás do Atlético de Madrid. Está sendo uma temporada de mais dificuldades para o time?
– Bom, sim. Dois dos nossos jogos terminaram empatados em uma fase crítica da temporada, e um de nossos rivais conseguiu ganhar todos os seus jogos neste mesmo período. Isso é suficiente para nos fazer perder o sentimento de domínio absoluto. Mas estamos falando em vencer o Campeonato Alemão pela quinta vez consecutiva. Mesmo com o que fizemos no ano passado, quando vencemos o Alemão pela quarta vez consecutiva, algo que nenhuma equipe conseguiu fazer. Então, para conquistar o quinto título se tornou um objetivo difícil, como é difícil manter uma equipe em um nível superior ao longo de muitos anos.
Lateral elogia Carlo Ancelotti (Foto: Getty Images)
Depois de Jupp Heynckes e Pep Guardiola, que conquistaram muitos títulos pelo Bayern, o italiano Carlo Ancelotti sofre uma pressão ainda maior por conta dos resultados de seus antecessores?
– Não. Na minha opinião, isso não importa neste sentido. Carlo Ancelotti é um treinador muito experiente e que trabalhou nas melhores equipes. Ele conhece o Bayern de Munique e sabe dos objetivos do clube, que busca títulos. E ele estava preparado para responder alguns questionamentos em casos de empate ou derrota. Mas a reação de Carlo Ancelotti é continuar seu trabalho de forma calma e nivelada. Desde quando chegou ao Bayern de Munique
Após a Copa do Mundo de 2014, muita coisa mudou na seleção brasileira. Mas só com a chegada do novo técnico, Tite, a equipe voltou a jogar bem e conquistar bons resultados. Você que esteve no campo contra o Brasil em 2014, acredita que a equipe recuperou o status de favorita? Você conhece Tite?
– Não, infelizmente não conheço o Tite. O Brasil é uma grande nação do futebol. Tenho certeza que o 7 a 1 foi um acontecimento único. Quando acompanhei e decisão olímpica e vi todos esses jovens talentos, e quando geralmente lembro da seleção brasileira com jogadores marcantes, não tenho dúvidas de que o Brasil continuará sendo candidato aos títulos.
Crianças da Fundação Philipp Lahm na África do Sul prestam homenagem para o jogador (Foto: Divulgação)
Enquanto não define sua principal atividade depois que pendurar as chuteiras, Philipp Lahm acumula há alguns anos outras atividades fora das quatro linhas. Uma delas é a fundação que leva seu nome, e que tem sedes na África do Sul e na Alemanha. O capitão do Bayern de Munique disse que teve a ideia de fazer um trabalho social depois que visitou o continente africano em 2007, já como parte do planejamento para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Na ocasião, diz ter ficado chocado com o sofrimento e a falta de estrutura para as crianças. Hoje, centenas são atendidas pela fundação que promove o desenvolvimento social através do esporte.
Lahm posa para foto em sua fundação (Foto: Divulgação)
– Minha fundação tem como objetivo incentivar e desenvolver habilidades esportivas e de personalidade em crianças e jovens com origens humildes. Meu campo na Alemanha se concentra no desenvolvimento da personalidade, exercício e alimentação. Meus dois projetos na África do Sul são relacionados ao futebol em municípios fora dos grandes centros, onde acredito que os jovens terão mais acesso para educação e formação profissional através da participação em esportes coletivos. O esporte também estimula valores sociais positivos em suas comunidades. Eu cresci em Munique em uma situação bem favorável, com uma família atenciosa e ambiente seguro. Agora eu quero dar uma parte disso para as crianças que não têm as coisas como eu tive – afirmou.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/
São Paulo – Brasil – 00:05
Siga o Batom e Futebol no Twitter, a casa do Futebol Alemão no Brasil: @Batom_efutebol
Follow Batom and Futebol on Twitter, the home of German Football in Brazil: @Batom_efutebol
Siga o Batom e Futebol no Facebook, a casa do Futebol Alemão no Brasil:https://www.facebook.com/BatomeFutebol
Follow Batom and Futebol on Facebook, the home of German Football in Brazil: https://www.facebook.com/BatomeFutebol
Josy Galvão